segunda-feira, 11 de maio de 2009

O luxo dos legítimos charutos baianos

Por Rosana Araujo / Foto Divulgação

A Bahia é a terra do acarajé? É sim senhor! É terra de belas praias? É sim senhor! É a terra do carnaval de rua? É sim senhor! E, para quem não sabe é a terra dos charutos de alta qualidade. Hoje, os charutos baianos são sinônimos de qualidade e requinte por causa das famosas e importantes marcas de charutos produzidas na região. Com certeza, os “puros” baianos estão em alta.

No coração do Recôncavo Baiano (cidades de Cachoeira, São Felix, Cruz das Almas, Maragogipe e Santo Amaro), região caracterizada pelo o melhor clima e solo para o plantio do fumo, são encontrados os famosos charutos da Bahia, que são referências e já são itens do mercado de luxo por ser um produto de altíssima qualidade e 100% natural, além de ser confeccionado artesanalmente. A Companhia de Charutos Dannemann, a mais antiga fábrica de charutos do Brasil é um exemplo, exporta mais de 500 toneladas de fumo – por ano – para vários países do mundo inteiro, sendo que entre seus principais consumidores estão o Estado de São Paulo, e os países da Alemanha e Suíça.
As vendas de charutos nacionais estão cada vez mais em alta e os produtos baianos estão presentes nas prateleiras das melhores tabacarias de todo o mundo. Cem por cento fumo, o charuto não tem nenhum conservante químico e a produção é toda manual e feita com um sistema de torcida selecionada. Tudo é voltado para a qualidade e os investimentos são feitos desde o plantio até o acabamento.
As mulheres baianas também são marcantes e importantes na produção de charutos. A beleza da produção é tanta e tão interessante que a fábrica, localizada em Cachoeira, fica aberta para a visitação pública e é um famoso ponto turístico na região. Em Salvador, um bom acarajé tem que ser preparado por uma baiana vestida a caráter e, no Recôncavo, um bom charuto também é confeccionado por uma bela baiana, devidamente trajada.

As oito etapas da confecção de um charuto de alta qualidade:

O sabor, o aroma, a queima e a aparência são fatores que influenciam e determinam a qualidade do produto. Todo charuto é produzido e confeccionado com a planta do fumo. As folhas chegam beneficiadas e seguem um lindo ritual artesanal até a chegada às prateleiras. Essas etapas estão divididas em oito. Conheça a confecção passo-a-passo:

1 Capotes:
As folhas na fábrica são umedecidas com água e um produto antimofo para adquirir a elasticidade necessária. Após isso, elas são enroladas num pano para tirar o excesso de água – o talo é retirado e as folhas são separadas por tamanho.
Cada charuto possui um tamanho determinado; por isso, só são utilizadas as folhas do tamanho correspondente ao charuto que está sendo produzido naquele momento. Os capotes de outros tamanhos são guardados para serem utilizados na produção referente àquele tamanho específico.

2 Torcida:
Escolhido o capote, passa-se para a etapa de enchimento, ou seja, o miolo. Com uma fórmula específica para cada tipo de charuto, a baiana envolve o enchimento (folhas secas de fumo) com a folha do capote e cola com a goma de farinha de mandioca. Para não se perder o molde, o charuto é envolvido com uma folha de papel natural.

3 Qualidade:
Depois de enrolado no papel, o charuto passa por um controle de qualidade, para que a pressão seja medida. Isso é necessário e importante para se verificar se o charuto está apertado demais ou vazio. Com a medida de 40, ele está cheio demais. Se apontar menos de 30, está vazio. Se o charuto não estiver entre 30 e 40, ele não passa e é desmanchado e refeito.

4 Molde:
A metade do processo é a hora que o charuto vai para uma estufa e ficará lá durante um período de 15 dias ou até mais, dependendo do caso. Esse procedimento serve para que o formato certo seja fixado.

5 Acabamento:
Após esse período de ele volta para o galpão e o papel é retirado. É dado o primeiro corte para fazer o formato do bico e ir para a próxima etapa de se colocar a capa.

6 Capa:
A folha da parte final tem que ser diferenciada, bonita e bem limpa, pois é a apresentação do produto. A folha selecionada é selada com uma cola natural, feita com goma de farinha de mandioca. O trago é moldado e feito o acabamento do trago (no caso o local do corte). As pontas são bem aparadas.

7 Finalização:
Depois de tudo isso, os charutos ficam em uma estufa entre 15 e 30 dias, protegidos por uma temperatura média de 20 a 25 graus. Essa fase serve para que o charuto perca a umidade.

8 Embalagem:
Na embalagem, todos os charutos são identificados com a logomarca, embalados num saquinho plástico e colocados nas caixas.
Agora é só saborear. Bom trago e Axé!

Dannemann - Tel.: (75) 3312-3003
Site: www.dannemann.com.br

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