sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cozinha Mineira - Uai!!!

Foto Divulgação
Nesse feriado, a dica é um restaurante que oferece uma excelente cozinha brasileira, além de um atendimento de primeira.
A área externa é linda e possibilita um almoço agradável para toda a família. O cardápio traz delícias mineira. O ambiente é decorado com um fogão à lenha e móveis antigos.
Experimentem o leitão à pururuca, que acompanha couve, tutu e arroz, e o mexido, com arroz, feijão, carne seca desfiada, lombo, couve, ovo, queijo e banana à milanesa.
A técnica caseira é do chef Hélio de Oliveira Fernandes. Para acompanhar a comida, a casa serve cachaças da região de Salinas.

Xopotó
R. Doutor Fadlo Haidar, 136 - Vila Olímpia - São Paulo - SP.
Tel: (11) 3849-1267

Mario Cravo Neto revelou a Bahia para o mundo

"Sucesso é. poder fazer aquilo que quer!”; “No fundo... acredito que a fotografia é um auto-retrato”; “Não sei fazer nada forçado, eu apenas me envolvo” (dizia Mario Cravo)

Ele foi considerado – segundo os especialistas da área – um dos fotógrafos brasileiros mais valorizados e reconhecidos no exterior. Com a série de fotografias Odé, em tamanho 98 x 98 cm, seu trabalho já foi cotado nas galerias internacionais por US$ 30 mil, cada imagem!
A obra desse fotógrafo além de muito valiosa é formada por imagens impactantes – principalmente no que diz respeito à religião e a cultura afro. Conheça os mistérios e o talento de Mario Cravo Neto!

Por Rosana Araujo (homenagem a Mario Cravo Neto - entrevista fornecida em Jan/2009)
Fotos: Mario Cravo Neto


Tanto reconhecimento e talento, não tirou a humildade do artista Mario Cravo, onde que montou um estúdio num mezanino de madeira, em sua própria casa, localizada num bairro afastado de Salvador. “As pessoas falam. No fundo, a fotografia me deu oportunidade como dá a outros artistas do ramo para expor fora do País. Minha obra é valorizada porque minhas imagens são todas adicionadas, elas são parte de uma edição limitada – todas são numeradas, assinadas e datadas. Eu faço apenas 15 cópias de cada. Isso torna a fotografia e aquele objeto um pouco mais valioso. Não é porque é melhor ou é pior ao de outro artista. Trata-se de um fator quantitativo. É uma questão técnica!”, comenta o fotógrafo sobre o valor de suas obras.
Ele mesmo se define: um personagem misterioso, alternativo e, principalmente, poético. “Eu sou o que faço e faço o que sou”. Segundo ele toda a imagem que se fotografa, você se apropria. “Quando fotografo alguém, estou me colocando naquela pessoa, por causa da minha visão, da minha ótica, do meu ângulo. No momento em se fotografa e se faz um enquadramento daquele personagem ou daquele elemento, você faz fundamentado nas suas bases e nas crenças interiores”.
Mario Cravo exprime em suas fotografias muito do misticismo da Bahia. “Não diria puramente que sou um místico, mas meu trabalho é, pois a criação é a poesia, e ela é o único elemento que pode dar uma visão do misticismo Acho difícil definir onde reside o lado místico no meu trabalho e onde ele permanece dentro de mim. Um é o reflexo do outro! No fundo, no fundo, é algo que brota da intimidade de cada um”, explica.
Sua obra é rodeada de imagens forte e de personagens negros e rituais afros. “Somos frutos desta Bahia de todos os santos. Acho que conseguimos conciliar de uma forma, um tanto plausiva as etnias e religiosidade, o sincretismo religioso e essa mistura de raças. A presença do negro, do africano, é primordial na cultura baiana. Mas o que é o negro exatamente? Pra mim, não existe mais isso. No momento em que a coisa está tão misturada, o negro africano aqui já não é mais o negro que veio da África. Ele possui uma identidade própria. No entanto, eu gosto da coloração da pele negra, ela brilha mais. Com suor fica mais sensível, é mais sensual.”
OS elementos e representações do candomblé também são alvos fortes das lentes de Cravo Neto, além de vivenciá-los diariamente. Até mesmo alguns dos seus trabalhos foram oferendas para entidades. “A cidade de Salvador é um grande candomblé, as danças e as festas populares são exemplos disso. Todas as nossas festas populares são rituais sacros e profanos. De um lado, a Igreja, o cristianismo e, do outro lado, a religião afro. O candomblé, de uma forma ou de outra, é a instituição, é a matriz das manifestações populares. Nos últimos anos, eu me envolvi profundamente na temática do candomblé. Passei sete anos num terreiro fazendo obrigações, fotografando coisas ligadas aos rituais. Nunca tive essa oportunidade antes. O candomblé é a relação do homem com a natureza. No fundo, os orixás são forças da natureza – representam os rios, as matas, as plantas e o corpo. Isso já em nós, faz parte da nossa herança. Eu não creio que nada esteja fora da pessoa, creio que tudo está na cabeça do homem. É um processo que expressa o que está dentro de si através de uma ação criadora – como a fotografia, pintura, música. Veja todo o ritualismo da música baiana. Ela é fundamentada mais na nossa cultura afro-baiana, do que no cristianismo. Exemplos como Carlinhos Brown, Chiclete com Banana, Daniela Mercury, a maior parte das músicas está ligada a esta herança. A arte baiana nos oferece um momento de participação popular em grande escala, muito mais do que a arte erudita. É bem possível que estejamos neste momento transmitindo ao mundo, e às pessoas, um pouco desta riqueza; um pouco da natureza em si”, explica.
Cravo Neto também nos contou sobre o livro LARÓYÈ que foi dedicado ao Exu. “Não foi bem isso. Esse livro, LARÓYÈ, é uma saudação ao Exu. Esse orixá, para você ter uma idéia, é um personagem que sempre acompanhou a minha família, um elemento e personagem místico. Temos dois personagens, na Bahia, que sempre nos chamaram muita atenção. Isso vou falar em nome também do escultor Mario Cravo Junior (meu pai). Um é Cristo crucificado, sincretizado por Oxalá, a divindade do bem, da luz e da água; e Exu, que é a figura mediadora. Esse elemento é o criativo que aflora em todos nós. Exu, dentro do ritual, é uma outra questão. Porém, no momento em que você fotografa as pessoas na rua, as confusões, as brigas, o calor humano, você está dialogando com o Exu, que é uma entidade religiosa e, ao mesmo tempo, profana. Eu diria até que Exu é a nossa consciência. Ele tem os dois lados (o bem e o mal), mas não o cristão. O Exu na África é uma divindade ligada à sexualidade, é o patrono da sexualidade. E nada é mais sexual do que a cidade de Salvador. Eu devo ter aproximadamente 300 mil imagens no meu acervo, já que são 30 anos de trabalho de fotografia. Num certo momento, decidi fazer uma seleção de imagens que fossem uma seqüência em movimento no virar das páginas, não tinha nada a ver com Exu.”
Ele continua...
“Mas ele já estava presente naquele momento, cutucando e amaciando. Então, o que aconteceu? O trabalho ficou pronto e, quando consegui publicar, coloquei Exu na história. Nessa época, estudava como é a relação do Exu dentro da cultura Iorubá, na nossa cultura de candomblé. Foi aí que soube que Exu é o elemento que gerencia o movimento do corpo humano e seu interior, as suas funções vitais. Então resolvi juntar as duas coisas. Não tem imagens de culto, mas está ligado ao corpo e ao movimento dentro do espaço. No momento em que você tem uma ação que tem que ser empreendida, é preciso estar próximo dele.”
“Não vejo Exu somente dentro do ritual. Ele é uma energia interior criativa que todos nós temos. O meu fundamento religioso é esse. É colocar para fora o que eu creio. Só posso me expressar através da linguagem poética, que é a linguagem da expressão universal, das artes. Se não puder criar, minha vida não tem valor.”
Além de fotógrafo, Cravo Neto já fez trabalhos para o cinema na década de 70 com o superwood e a fazer experiências, quando estava envolvido com as artes conceituais, que é uma linguagem sem uma mídia específica – como a fotografia parada ou em seqüência, os objetos achados... coisas que você encontra dentro de um conceito e é também é escultor. “Fui criado numa casa no Rio Vermelho, onde meu pai tinha um estúdio. Lá passavam pessoas, personagens malucos, gente simples, intelectuais, poetas e artistas. Cresci dentro dessa atmosfera. Essa relação com as artes vem desde a minha infância. Comecei a me dedicar e praticar a escultura desde os 16 anos. Por incrível que possa parecer, a fotografia também. Eu pratico as duas atividades simultaneamente. Só após a década de 80 e no início da década 90 é que consegui a me dedicar mais à fotografia. Isso aconteceu por que chegou um momento em que comecei a dar mais importância para o aspecto profissional. A vida nos leva por caminhos estranhos. Os compromissos vão acontecendo. Mas continuo fazendo minhas pesquisas e trabalhos tridimensionais”.
Em 2008, o fotógrafo participou de exposições em Madrid e Londres. “Também fiz a mostra e o livro “A Flecha em Repouso”, na Galeria Paulo Darzé, em Salvador e, outras por aí...”, conta
Já para 2009, o artista conta que possui três importantes projetos. “Estarei envolvido em uma instalação no MAM BA por volta de abril, na Pinacoteca de São Paulo, e em agosto, um outro livro, que ainda não posso falar... Além disso, ainda estar e continuar vivo talvez não seja um projeto, mas por estar, nos lembramos de alguns momentos especiais”, finaliza.


Mario Cravo Neto nasceu dia 20 de Abril de 1947, em Salvador, Bahia. No ano de 1964, aos 17 anos, muda-se para a Alemanha, quando o seu pai, o escultor Mario Cravo Jr., participa do programa Artists in Residence, em Berlim. No mesmo período Cravo Neto dá início as suas experiências com escultura e fotografia. No ano de 1965 retorna ao Brasil, é premiado na I Bienal de Artes Plásticas da Bahia e, ainda naquele ano, faz sua primeira exposição individual. Entre 1968 e 1970, vive em Nova Iorque, onde estuda na Art Student League, sob a orientação do artista plástico Jack Krueger, um dos precursores da arte conceitual. Em 1970 publica sua primeira fotografia fora do Brasil no catálogo da exposição Information, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

PRÊMIOS:
2005 Artist of The Year, Associação Brasileira de Críticos de Arte, São Paulo1997 Prize Waterhouse, Panorama da Arte Brasileira 97/Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo1996 Premio Nacional de Fotografia 1996, Ministerio da Cultura,"FUNARTE", Rio de Janeiro1995 Best Photographer of the Year, Associação Paulista de Críticos de Arte, São Paulo1980 Best Photographer of the Year, Associação Paulista de Críticos de Arte, São Paulo1978 2.nd Prize for Sculpture at PANORAMA 78, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo1976 CORUJA DE OURO EMBRAFILME, Best Director of Photography of the Year 1976 with the film "UBIRAJARA", Rio de Janeiro1971 The Governor of the State of São Paulo Prize for Sculpture, IX Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo1965 Sculpture Prize at the I Bienal de Artes Plásticas da Bahia, Salvador.

LIVROS
FLECHA EM REPOUSO - Áries Editora, Salvador, Bahia, 2008

O TIGRE DE DAHOMEY – A Serpente de Whydah, Áries Editora, Salvador, Bahia, 2004.

TRANCE TERRITORIES, Verlag Das Wunderhorn, Heidelberg, 2004.

NA TERRA SOB MEUS PES, CCBB, Rio de Janeiro, 2003.

THE ETERNOW NOW, Áries Editora, Salvador, Bahia, 2002.

CRAVO NETO - Áries Editora, Salvador, Bahia, 2002

MARIO CRAVO NETO - Carla Sozzani Editore, Milano, 2001

LARÓYÈ - Áries Editora, Salvador, Bahia, 2000

SALVADOR - Áries Editora, Salvador, Bahia 1999

ESPAÇO CRAVO - Áries Editora, Salvador, Bahia 1998

MARIO CRAVO NETO -Áries Editora, Salvador, Bahia 1995

MARIO CRAVO NETO - Edition Stemmle, Zürich 1994

ANGOLA - Fundacão Emílio Odebrecht, Salvador, Bahia 1991

MARIO CRAVO NETO - Idea book Edicione, Milano 1987

EXVOTO - Áries Editora, Salvador, Bahia 1986

OS ESTRANHOS FILHOS DA CASA - Áries Editora, Salvador, Bahia 1985

A CIDADE DA BAHIA - Áries Editora, Salvador, Bahia 1984

CRAVO, Áries Editora, Salvador, Bahia 198

BAHIA - Rhodia/Raizes, São Paulo 1980


Mario Cravo Neto - Site: www.cravoneto.com.br

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Novidades do Canvas

Novo Chef! Jan Erik Fois, um ítalo-holandês apaixonado por descobrir novos ingredientes vai atuar no Canvas, um dos restaurantes mais estrelados da cidade, que apresenta a proposta diferenciada de culinária associada à arte.
Desde 2002 Erik trabalha na rede Hilton, nas unidades australianas de Sidney e Melbourne. Antes de vir ao Brasil, ele havia recebido, e recusado, a transferência para outros países. “Além do aspecto profissional, tenho a preocupação com a qualidade de vida que meu filho terá. Eu e minha esposa consideramos o Brasil um bom local para criar nosso bebê, pois São Paulo é uma grande metrópole, e a meu ver, oferece uma infraestrutura similar à de Londres, onde já morei”, afirma.
O menu de estreia está quase pronto. O Chef conta que a primeira coisa que fez quando cheguei ao Brasil foi provar os alimentos, para conhecer os ingredientes daqui. “Sou muito aberto a novos sabores, pois muitas vezes eles podem dar um toque diferenciado aos pratos”.
Erik estudou gastronomia durante cinco anos em Roterdã, além de ter feito outros cursos de especialização. “Tenho certeza de que a experiência aqui no Brasil vai ser muito benéfica, tanto pessoal quanto profissionalmente”, garante.

O Restaurante Canvas fica lcalizado dentro do Hilton São Paulo Morumbi, especializado em comida contemporânea, que oferece inovações gastronômicas e receitas criativas.
Av. das Nações Unidas, 12.901, Torre Leste – Brooklin Novo
Tel.: (11) 2845-0055/0050/0000