quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dica dos Deuses

O Mosteiro de São Paulo é parada obrigatória na cidade de São Paulo. Os beneditinos chegaram em São Paulo em 1598, mas somente em 1634 foi criada a Abadia e a capela foi dedicada a São Bento. O local, que hospedou o Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil, abriga hoje, além da igreja (Basílica de Nossa Senhora da Assunção). Hoje o mosteiro possui aproximadamente 40 monges enclausurados.
Como era o desejo de São Bento, os monges devem encontrar no mosteiro o seu sustento, de tal maneira que evitassem a saída dos claustros monásticos. Por isso, suas atividades são normalmente realizadas no próprio local.
A Abadia de São Paulo, entre outras tarefas internas e capelanias, ocupa-se do ensino, com o colégio - em 2003 completou cem anos - e a Faculdade de São Bento, que inaugurou o primeiro curso superior de filosofia da América Latina.
O estabelecimento ainda possui um teatro, no qual são realizados concertos musicais e eventos em geral. Já o colégio oferece cursos e oficinas em alguns dias da semana (confira a programação no site). No entanto, são duas as grandes atrações do mosteiro: o visitante não pode deixar de conferir as missas com cantos gregorianos acompanhados do som de um grande órgão - ocorrem todos os dias, porém a missa mais tradicional acontece aos domingos, às 10h.
A outra grande atração é a lojinha, com pães, bolos, doces, biscoitos e geléias feitas pelos próprios monges e cujas receitas são seculares, guardadas no arquivo da abadia. A forma de preparar os quitutes só é transmitida a um outro monge para não se perder a qualidade com a massificação. Os preços são um pouco mais caros que os de padarias, porém os ingredientes são frescos, refinados e de primeira qualidade. Sem contar as embalagens requintadas e muito admiradas, um lindo presente para o turista levar para a família.

Provem o Bolo Laetare, uma receitas deliciosa dos monges portugueses do Mosteiro de Tibães, elaborado a base de farinha de amêndoas, ovos, canela e limão. Custo R$ 50,00
Os produtos estão nos domingos logo após a missa das 10h;
de segunda a sexta no horário de 7h às 18h; e
sábado de 7h30 às 12h.
Largo de São Bento, s/n - Centro
Tel.: (11) 3328-8799

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vinho Romanée-Conti: Prazer para poucos!

Todos os amantes e especialistas do mundo do vinho são unânimes em reverenciar o mitológico vinho Romanée-Conti, que já foi descrito como “o encontro do cetim com o veludo”.
Considerado um dos vinhos mais caro do mundo, uma garrafa dessa jóia pode chegar a custar R$ 40 mil.
Produzido na França, em uma área de mais de 1,8 hectare plantados e uma produção limitada de garrafas por ano.
A história da Domaine de la Romanée-Conti é tão rica quanto longa. São onze séculos de registros que remontam aos monges da Ordem de St. Vincent, no século X. A propriedade teve vários donos até ser adquirida pelo príncipe de Conti, que acrescentou seu nome ao vinhedo. Na Revolução Francesa foi confiscada e, em 1794, é leiloada e troca de mãos entre diversas famílias até que Duvault-Blochet adquire a propriedade e anexa os vinhedos de Richebourg, Échézeaux e Grands-Échézeaux, em 1896.
O alto preço e a dificuldade para se comprar uma garrafa, são explicados pela reduzidíssima produção frente à grande procura.

A alquimista das artes Sônia Menna Barreto

Sônia Regina Gomes Menna Barreto de Barros Falcão, esse é o nome completo da única artista brasileira a ter uma obra na “Royal Collection”, da Família Real Britânica. Com uma trajetória muito específica e personalista, ela faz pouquíssimos quadros por ano, mas é, hoje um dos ícones das artes plásticas no Brasil e uma pioneira do uso da técnica glicée no país. Apesar de ser intitulada uma pintora surrealista, Sonia Menna Barreto, como é conhecida, acredita que sua obra é uma mistura de estilos e, o que há é um toque surrealista, pois ela não trabalha com material de sonhos e sim com o real.

Rosana Araujo / Fotos: Daniel Cancini

A história de Menna Barreto é única no mundo das artes e revela bem que um dom não dá para ser negado. Segundo ela, sua formação era em línguas, mais especificamente inglês, mas como não queria lecionar, resolveu ocupar seu tempo com aulas de pintura. “Em 1980, comecei a freqüentar o ateliê do artista Luiz Portinari, irmão de Cândido Portinari. Foram três anos de estudos com ele, mas com o tempo cheguei até a começar a usar a escola como um ateliê. Sempre gostei de pintura, desde criança, me lembro cheguei até freqüentar escola de pintura levada pelo meu pai. Também aos 16 anos conclui um curso de desenho no ateliê de Waldemar da Costa, que era um pintor português também bastante conhecido, mas nunca pensei que eu iria ser uma profissional das artes, e sim que seria apenas um hobby. Foi tudo naturalmente”.
Sua obra foi sendo aprimorada com o tempo e a artista teve contato com os trabalhos de Max Ernst, De Chirico, Magritte e Paul Delvaux, que foi decisivo para sua carreira, ao desenvolver seu lado intimista e criativo.
Em 1989, Menna Barreto realizou sua primeira mostra individual em São Paulo, com sucesso de público e crítica. Já no ano de 1991 a artista participou de uma mostra de gravuras em Nova York e, a partir de então, iniciou sua produção de serigrafias, que foram lançadas em 1995.
Já em 99, começou a editar suas próprias giclées. “Tomei conhecimento da técnica giclée, por volta de 1992, achei uma técnica maravilhosa e resolvi ser a minha própria editora. Giclée é uma palavra francesa usada nos EUA para nomear o processo, usado na impressão desta nova geração de gravuras. Podem ser usadas até 16 milhões de cores numa só giclée. A partir de um cromo do quadro original, é criado um arquivo digital de altíssima resolução. A artista passa, então, a trabalhar junto com a editora na correção e ajuste de cores e após a aprovação da matriz, a gravura é impressa individualmente sobre um suporte de tela ou papel permitindo que a qualidade da obra original seja totalmente preservada.
As edições são limitadas, numeradas e assinadas pela artista, sendo emitidos certificados de autenticidade, garantindo a origem da obra”, explica Sônia.

A obra
Sônia Menna Barreto, faz da sua produção artística a mais próxima expressão do homo ludens, o homem lúdico. Sua idéia é convidar as pessoas a um olhar mais atento ao que ela quer mostrar ou dizer. “Eu sempre conto histórias por meio da pintura. É o que eu mais gosto de fazer! Antes de eu começar a fazer uma obra há toda uma história na minha cabeça. Faço um roteiro; do roteiro faço uma pesquisa; da pesquisa, monto um cenário; desse cenário, fotos e, aí, parto para a pintura. Existe todo um processo”!
Apesar de ser intitulada surrealista Sônia produz suas obras por imagens reais e busca inspiração em tudo, não se prendendo a moda ou rótulos. “Tudo que vejo, que me chame atenção, acaba detonando alguma uma idéia. Tudo é inspirador, viagens para cidades como Veneza ou Paris são muito inspiradoras.
A internet, exposição, desfiles, livros... enfim, sou visual! Eu vejo e busco aguçar a imaginação das pessoas de todas as idades e nunca deixo de colocar um toque de humor, uma pegadinha ou uma brincadeira. Gosto muito de interagir! Por isso que a minha ligação com o surrealismo vai a te certo ponto! Não posso considerar meu trabalho unicamente surrealista.
Também não gosto da palavra, “tendência”. Pois nas artes não pode existir modismo. Quando falamos em moda, parece que se apaga tudo o que foi feito. Isso desmerece o trabalho dos artistas talentosos e atuantes”, acrescenta.
A artista conta que leva aproximadamente 2 meses para concluir uma obra, por isso as giclées funcionam perfeitamente para o trabalho dela. “Como o meu número de originais é pequeno e são absorvidos pelos colecionadores, muitas vezes nem chegam às galerias. Através das giclées, posso fazer exposições aonde quiser, trabalhar em vários mercados (como faço hoje) e ao mesmo tempo, posso criar novas obras e rever as que já fiz. Isso ótimo para o meu trabalho. Diferentemente da edição normal de giclées, a também trabalho a técnica mista, que tem uma edição menor e cada imagem e uma interferência minha, feita a óleo, com imagens novas criadas, fazendo com que cada obra seja única”, ressalta.

Nova fase
Sônia Menna Barreto sempre inova e agora esta diversificando seu trabalho para levar sua arte a vários lugares ao mesmo tempo. “Decidi não ser só uma artista de parede. Estou com um novo diretor de licenciamento que é o Luiz Piva e, com ele, estou começando a abrir mercados. Lancei pratos de coleção, agora vou fazer jogos, taças e copos com a minha marca. Até esculturas e moveis assinados e numerados irão fazer parte dessa minha nova etapa de trabalho. Quero expandir minha obra”!

Artista integrante da “Royal Collection”
O "Royal Collection” surgiu do Projeto Dueto, que é um projeto feito para empresas que têm afinidade com as Artes Plásticas e usam a arte para agregar e dar sofisticação a sua imagem perante o público. “Por meio do briefing dado pela empresa, “conto” a história com pincéis e imagens. A obra, no geral, passa a fazer parte do ativo, mas as gravuras que se fazem desta imagem têm um alcance ainda maior, pois são presenteadas aos fornecedores, visitantes e amigos da empresa. Já fiz trabalho Kablin Celucat, Shell, MO Cassino, entre outras.
Bem, fui contratada pela Shell para pintar o briefing escolhido sobre a Leonard Cheshire Foundation, que tem a rainha Elizabeth como presidente de honra. Quando comecei a entrar em contato com as pessoas da fundação, um deles que era muito próximo ao curador da Royal Collection, sugeriu que eu participasse de todos os trâmites para que a obra fosse realmente aceita e integrada a uma das mais importantes coleções de arte do mundo.
Passei por todo o processo de seleção da curadoria da Royal Collection e, assim por mérito, a minha obra passou a fazer parte desse importante acervo. Foi de fato uma experiência única”, finaliza.

Ateliê Sonia Menna Barreto
Tel.: 4208 2781
WEBSITE - http://www.mennabarreto.com.br/

domingo, 31 de maio de 2009

BECO DO BARTÔ: UMA EXPERIÊNCIA GASTRONÔMICA SURPREENDENTE

O Beco do Bartô é um daqueles achados gastronômicos de São Paulo. Fica em uma simpáica vilinha de casas no Paraíso, ao lado de uma loja de presentes. No pequenino ambiente, o charme de um bistrô vem à tona. Na cozinha, o chef Victor Vasconcellos executa com maestria pratos típicos de um autêntico bistrô, no qual a criatividade, aliada à técnicas que aprendeu com profissionais como Laurent Suudeau, tornam o local um ateliê gastronômico. O artista, Victor Vasconcellos, faz, por exemplo, um cassoulet que ninguém faz na cidade. Ao invés de feijão branco, ele usa favas. O prato, que demora dois dias para ficar pronto, leva carnes defumadas na própria fumaça do fogão, como dois tipos de linguiça, costelinha de porco e até uma saborosa coxa de pato, que desmancha na boca. Na finalização, o prato é gratinado antes de ir à mesa. Vale a pena provar também a costela laqueada, preparada no próprio suco da carne e servida com uma suave polenta mole. Imperdível.
RESTAURANTE BECO DO BARTÔ
Rua Sampaio Viana, 216 -Paraiso
Tel.: (11) 3884 0119